sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O Domador de Pulgas


Certa vez um jovem ficou (meio que) transtornado ao ver um show circense.

Um homem se auto-intitulava: “O domador de pulgas”. 
Ele batia com um lápis num jarro de vidro destampado com várias pulgas. Elas pulavam, mas não saíam fora do jarro.

Ele batia mais forte ainda, e as pulgas não pulavam para fora do jarro. Então o jovem pensou: Não pode ser truque; eu posso ver tudo através da lente de aumento gigante que fora instalada para o show...

Desnorteado e incrédulo, ao final do show, lá estava ele diante do domador de pulgas: Parabéns! Eu nunca tinha visto nada igual. Mas, por favor, diga-me qual é o truque.
Disse o domador de pulgas: Não existe truque algum, meu jovem.

As pulgas são semelhante ao ser humano. Um dia coloquei-as dentro de um jarro, tapei-o, usando um vidro transparente, e bati fortemente na lateral do jarro, com o lápis. As pulgas, desesperadas para fugir, pulavam com toda a força e projetavam seu corpo no vidro.

Com o tempo, observei que elas não tocavam mais no vidro, mesmo eu batendo com força jarro. Assim sendo, elas foram se acomodando e não mais pularam com toda a impulsão. Aí, foi só retirar o vidro de cima do jarro. A partir de então, elas não mais ousaram pular para fora.

Disse o jovem: Até aí, eu entendi tudo. Mas o que uma pulga tem a ver com o ser humano?

Respondeu o domador de pulgas: O ser humano tenta uma, duas, três vezes.
Depois, ele não ousa tentar mais, acomoda-se, acostuma-se com aquele espaço e, mesmo provocado, não consegue sair fora da sua vidinha limitada pela prisão mental imaginária...